ESTUDOS GRAMATICAIS


Leia o poema abaixo, de Oswald de Andrade:


Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp115603.pdf> Acesso em 11 jul 2017.


A partir de seus conhecimentos acerca da colocação pronominal, podemos afirmar que:


O poema quer mostrar e criticar o uso da língua coloquial usada pelo professor, aluno e o mulato sabido e glorificar a utilização correta do pronome que, nesse caso, é utilizada pelo bom negro e o bom branco.


A nação brasileira, nesse poema, é responsabilizada pela utilização inadequada da colocação “me dá”, pois não fazem parte da mesma elite que, por exemplo, o professor, o aluno e o mulato sabido.


A gramática normativa traz como correto a utilização do pronome pessoal do caso oblíquo no início de frases como acontece no último verso “me dá um cigarro”.


A gramática é responsável por normatizar o uso da língua e, nesse caso, somente o bom negro e o bom branco têm capacidades de utilizar corretamente a gramática de acordo com as regras estabelecidas, principalmente em relação à utilização dos pronomes.


Há uma crítica relacionada à gramática normativa em relação à utilização de “dê-me” em relação ao que é utilizado pela língua coloquial (me dá), demonstrando que o mais importante é a comunicação efetiva entre os interlocutores.

Leia a afirmativa que segue para responder ao que é solicitado:

 

Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede:


CONTO DE NATAL
Mário de Andrade

Seriam porventura dez horas da noite...
Desde muitos dias os jornais vinham polindo a curiosidade pública, estufados de notícias e reclamos de festa. O Clube Automobilístico dava seu primeiro grande baile. Tinham vindo de Londres as marcas do cotilhão e corria que as prendas seriam de sublimado gosto e valor. Os restaurantes anunciavam orgíacos revelhões de natal. Os grêmios carnavalescos agitavam-se. Seriam porventura dez horas da noite quando esse homem entrou na praça Antônio Prado. [...]

Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me004677.pdf> Acesso em 13 jul 2017.

 

A partir dos estudos feitos sobre as classes de palavras, os termos destacados no texto podem ser considerados como, respectivamente:


Numeral, artigo, pronome, numeral.


Numeral, numeral, pronome, numeral.


Artigo, pronome, pronome, numeral.


Artigo, numeral, pronome, pronome.


Numeral, pronome, artigo, numeral.

Leia o texto abaixo:

 

Cachorro se parece mesmo é com criança: vive o agora, alegra-se com o simples prazer de uma caminhada, corre, pula, brinca, diariamente. Aliás, o que mais incomoda o homem no comportamento canino é a constante alegria do seu melhor amigo. Em geral, não estamos acostumados a viver 24 horas por dia de puro prazer, ainda mais quando levamos uma vida de cachorro. Sentimo-nos, talvez, desrespeitados pela impertinência de um contentamento desmesurado, principalmente quando algo ou alguém nos patrocinou alguma desventura.

FONTE: FILHO, Laudimiro Almeida. Vida de cachorro. In: Acontessências. Brasília: Gráfica e Editora Positiva, 1999, p. 37 (com adaptações)

 

Após a leitura atenta do texto acima e seus conhecimentos sobre substantivos, analise as alternativas e assinale a opção em que só aparecem substantivos comuns.


cachorro, criança, vive.


incomoda, comportamento, caminhada.


cachorro, melhor, amigo.


amigo, criança, cachorro.


corre, impertinência, desventura.

De acordo com Mamede (2017), o adjetivo é palavra que indica qualidade, estado, característica, aspecto, atributo, etc. com característica de modificador ou, ainda, determinante do substantivo. Este último é considerado como a palavra que designa seres, pessoas, animais, coisas, etc. Conforme os estudos feitos até aqui, analise as seguintes afirmativas:

 

I- Os adjetivos concordam com o substantivo em gênero e número;

II- Outras classes gramaticais podem funcionar como adjetivos, por exemplo, em dois lápis (numeral), estes cadernos (pronome);

III- Os adjetivos podem ser classificados como restritivos ou explicativos. O primeiro busca indicar o aspecto “acidental” do substantivo, enquanto o segundo apresenta o aspecto essencial ou próprio do substantivo.

 

Após a análise das afirmativas, é correto afirmar o que se afirma em:


Apenas em II.


Apenas em I.


Apenas em III.


I, II e III.


I e II.

Leia o trecho da crônica a seguir, de Paulo Mendes Campos, intitulado "No subúrbio da gramática".

"Conjunção – Palavra invariável que liga e relaciona entre si duas orações completas ou incompletas. Exemplos [...] Casimiro de Abreu aos oito anos de idade andava descalço, conforme se sabe. – Sete cidades gregas reclama a cidadania de Homero, e, contudo, há quem afirme que ele nem nasceu. – D. H. Lawrence gostava de cachorros, crisântemos, de cobras venenosas, mas embirrava muito com as pessoas. – Não sei se Rui Barbosa teria medo de avião. – Caso Cleópatra estivesse viva, os fotógrafos não a deixariam em paz; daí o ter morrido; sem embargo, ninguém sabe que espécie de ofídio lhe deu a morte. [...] – Jarry já chora, já ri. Todo mundo gostava de La Fontaine, visto que tratava bem as formigas. – Kant era mais pontual do que o relógio. [...] – Desde que Shelley caísse na água, Byron ficava apavorado."

In: CEREJA, W. R.; MAGALHÃES, T. C. Português linguagens: volume 2. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 210.

 

No texto, o cronista cria, perfeitamente, um jogo entre o conceito gramatical da conjunção e a licença poética, ou seja, os exemplos apresentam orações relacionadas entre si por conjunções, mas oferecem, sobre as pessoas citadas, informações que não passam de um exercício poético. A partir disso, analise as afirmativas a seguir quanto aos valores semânticos das conjunções empregadas no texto.


I. Em "Casimiro de Abreu aos oito anos de idade andava descalço, conforme se sabe.", a conjunção destacada tem valor de conformidade.
II. No trecho "D. H. Lawrence gostava de cachorros, crisântemos, de cobras venenosas, mas embirrava muito com as pessoas.", o mas foi empregado com sentido de oposição.
III. Quando o cronista diz "Todo mundo gostava de La Fontaine, visto que tratava bem as formigas.", o termo destacado indica a causa, o motivo, a razão pelo qual todos gostavam de La Fontaine, ou seja, é uma conjunção causal.

 

A partir da análise, é correto o que se afirma em:


Apenas em II.


II e III.


Apenas em I.


I, II e III.


I e II.

Conforme Mamede (2017, p. 35), "Preposição é a palavra invariável que liga dois termos entre si, dentro da oração, estabelecendo entre esses termos uma relação de complemento ou de subordinação sintática e semântica." Analise as orações que seguem a partir do estudo sobre as preposições.

a) O carro novo do meu irmão veio com defeito de fábrica.
b) Gosto muito de você, principalmente por ser muito sincero.
c) Fomos à feira de livros e acabamos comprando demais.
d) Ele necessita carinho e cuidado.

Após a análise feita e o uso adequado das preposições, está(ão) correta(s) a(s) oração(ões) presente(s) em:


B, C e D.


A, B e D.


A, B e C.


A, C e D.


B e C.

Leia e analise as frases a seguir:

 

I- Carlos tomou meio copo de suco, enquanto Maria meia xícara de chá.
II- Rafael está meio triste hoje porque não tirou nota boa na prova.

 

A partir dos estudos das classes de palavras, é correto afirmar que:


Em ambas as frases há o emprego do numeral fracionário, que se flexiona em gênero.


Em II, meio é um numeral fracionário e está concordando com o sujeito Rafael.


Em I, há o emprego do advérbio dá intensidade à quantidade e, em II, o numeral fracionário indica “meta de um”.


Em ambas as frases há o emprego do advérbio “meio”, que se flexiona em gênero.


Em I, meio e meia não são advérbios de intensidade, mas numerais.

A partir dos estudos feitos sobre os verbos e pautados no livro de apoio, relacione a classificação dos verbos com suas respectivas definições.

(1) Regulares
(2) Irregulares
(3) Anômalos
(4) Defectivos
(5) Abundantes
(6) Auxiliares

 

( ) não sofrem modificação ou alteração em seu radical ou nas desinências dos verbos considerados modelos.
( ) verbos irregulares que se formaram com radicais de verbos diferentes na sua etimologia latina.
( ) não possuem todas as formas ou não se conjugam completamente.
( ) servem para a formação e conjugação de tempos compostos ou locuções verbais
( ) sofrem alteração ou modificação em seu radical ou nas desinências dos verbos considerados modelos.
( ) possuem mais de uma forma para a mesma estrutura número-pessoal ou modo-temporal, ou de forma nominal, geralmente do particípio.


A opção correta é:


1, 3, 4, 6, 2, 5.


1, 2, 3, 4, 5, 6.


1, 3, 5, 6, 2, 4.


1, 2, 4, 5, 6, 3.


1, 4, 6, 5, 2, 3.

Existem algumas modalidades de gramática, conforme o foco ou objeto formal sob o qual a língua é considerada. Mamede (2017) apresenta-nos quatro denominações ou tipos de gramática.

Associe cada tipo de gramática à sua identificação pelas especificidades e particularidades referentes a cada uma:

1- Gramática normativa
2- Gramática escolar
3- Gramática reflexiva
4- Gramática descritiva


(  ) Ela apenas constata a existência de uma estrutura da língua e a apresenta em suas formas de ocorrência e funcionamento. Atuando em todos os níveis de ocorrência da língua, ela atém-se a todas as variantes linguísticas, da língua culta ou norma padrão à língua coloquial. Não tem a preocupação com o certo e errado, para corrigir o “errado” e ensinar o “certo”.

(  ) O ponto de partida para a constituição dessa gramática é o texto. É uma extensão, também, por assim dizer, da filologia, ramo mais elevado dos estudos linguísticos que parte do texto para apresentar ou expor os fatos da língua. São os textos que determinam a existência dos fatos constitutivos da língua. O texto é explorado com base nos fatos gramaticais, na semântica, na teoria do discurso, na linguística textual.

(  ) Os fatos da língua são expostos de forma gradativa, passando da simplicidade à complexidade. Não é isolada, desvinculada de uma situação real. Apresenta os fatos a partir de situações concretas, geralmente em textos ou demais ocorrências da língua. A apresentação ou exposição dos fatos é seguida de exercícios para treinamento, com orientações didáticas e pedagógicas.

(  ) Esta é a gramática que inspira a língua padrão, ou língua culta. É a que deve ser seguida pelos usuários da língua que desejam expressar-se de acordo com os ditames da correção de linguagem, dos acertos gramaticais e estilísticos, coerentes com o grau de instrução de que são detentores. É, portanto, a gramática que constitui a fonte de comprovação de “certo ou errado” de uma estrutura linguística.

 

A correta associação é a que consta na opção:


2, 1, 4, 3


4, 3, 2, 1


4, 2, 2, 3


1, 2, 3, 4


3, 2, 4, 1 

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